13.10.17 07.25 h
Corinthians 100 anos: o Paulista de 1977, fim do maior sofrimento
- Diego Garcia
“Olha a festa do Brasil! Você enche de lágrimas os olhos desse povo, você enche de felicidade o coração dessa gente, Corinthians. O grito sufocado de um povo! O grito do fundo do coração de um torcedor. Depois de 20 anos a Fiel está explodindo! 22, 23, duas dezenas de anos na cabeça desse povo!” essa foi a primeira parte do desabafo do narração de Osmar Santos no dia 13 de outubro de 1977.
Basílio havia acabado de fazer o gol que libertou a massa corintiana e findou o jejum de títulos que durou exatos 22 anos, oito meses e uma semana. Enlouquecidos 86.677 torcedores explodiram em um Morumbi tomado por preto e branco, aos 36min do segundo tempo da difícil decisão contra a Ponte Preta. Enfim, estava encerrada a maldição.
“Ter participado daquele título foi maravilhoso, sabíamos do anseio da torcida em acabar com aquilo. Acabamos aglutinando toda aquela energia, aquela ansiedade, e conseguimos dar o retorno com o título. Isso não tem preço. Você ver a alegria de uma nação, porque 35 milhões de apaixonados é a população de muitos países da Europa. O Corinthians é uma nação. Não tem preço, não tenha dúvidas disso”, disse Wladimir.
Para contar a história da mais libertadora conquista da história corintiana, o Terra conversou com diversos ídolos que participaram da inesquecível campanha de 1977. Confira abaixo:
O Campeonato Paulista de 1977:
O último título do Corinthians havia sido no torneio de 1954, mais precisamente no dia 6 de fevereiro de 1955. Depois disso, nunca mais a torcida corintiana viu um troféu estadual e, mesmo com dolorosas derrotas, como a do Paulista de 1974 para o Palmeiras, continuou em crescimento contínuo.
“Eram pessoas sofridas, menos favorecidas, alguns eram nordestinos que vinham tentar a vida em São Paulo e se identificavam com a luta, com o sofrimento do Corinthians. O clube é um fenômeno social que é resultado da luta de resistência de um povo”, definiu o historiador e jornalista Celso Unzelte. Mas em 1977 a história parecia que ia ser diferente.
“Tinha um grupo, uma família formada pelo Oswaldo Brandão e pelo Vicente Matheus, que fez com que nós alcançássemos esse objetivo”, definiu Basílio. O time de Brandão começou bem o Campeonato Paulista, mas, como o Botafogo-SP venceu o primeiro turno, deveria triunfar no segundo para continuar com chances de título. E foi o que aconteceu. Chegou à parte decisiva do terceiro e último turno para enfrentar as oito melhores equipes do torneio que lutariam por duas vagas.
Nas primeiras quatro partidas, o time alvinegro paulistano perdeu duas. Os reveses obrigaram a equipe a vencer as três partidas restantes, contra Botafogo, Portuguesa e São Paulo. “Agora é com vocês”, teria dito o técnico Oswaldo Brandão à equipe. O Corinthians passou por todos e chegou à decisão contra a forte Ponte Preta, que era considerada favorita por seu forte time de Carlos, Oscar, Polozzi, Dicá e Rui Rei.
O clube do Parque São Jorge já tinha enfrentado e perdido em três ocasiões para a equipe de Campinas durante a competição, incluindo uma goleada por 4 a 0. Contra seu maior carrasco no ano, era a chance única de retomar o caminho das glórias.
VEJA O GOL DE BASÍLIO: